Homero, autor da obra Odisseia, onde já tantos escritores se inspiraram ao longo dos anos, deveria ficar maravilhado com a adaptação que Maria Alberta Menéres fez dela na sua obra “Ulisses” e com a encenação da peça de teatro “A Aventura de Ulisses” de António Feio. Terminada a guerra de Troia, os Deuses reúnem-se para decidir o destino de Ulisses. Enquanto uns defendem o seu rápido regresso a casa, na ilha de Ítaca, outros preferem voltar a pô-lo à prova, lançando-lhe novos desafios. Zeus acaba por concordar em transformar a viagem de regresso numa espécie de jogo de computador, programado em função dos caprichos dos Deuses.
Os alunos dos 6º anos do nosso Agrupamento ficaram extremamente agradados, pois o livro tinha sido trabalhado nas aulas e a posterior ida ao Teatro Sá da Bandeira, no Porto, para assistir à peça de teatro foi uma experiência fantástica para as nossas alunos. Temos de registar a ótima organização da viagem e o comportamento exemplar dos alunos tanto durante as viagens de comboio como no visionamento da peça. Parabéns a todos!
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Foi em 1846 que o espanhol José Toudon Ferrer Catalon resolveu construir um barracão de madeira a norte da Rua de Santo António, próximo da Viela da Neta, para apresentar habilidades circenses com cavalos. O barracão, que o espanhol batiza de Teatro Circo, sofre obras de remodelação em 1854, mas quatro anos depois é demolido. A 22 de Março de 1858, dá-se início à construção de um novo circo, agora em pedra, projetado pelo arquiteto Pedro José de Oliveira, obra que ficaria concluída oito meses depois. O “novo” Teatro Circo disponha de 26 camarotes, 100 lugares de plateia superior e 400 lugares de galerias, num total de 630 espectadores. Segundo conta Henrique Duarte de Sousa Reis, “era o único teatro da cidade onde se permite o uso do charuto e cigarro”.
Quando a Câmara Municipal do Porto decide abrir a Rua Nova de Sá da Bandeira, do lado poente do teatro, eliminando a Viela da Neta, o circo de pedra deu lugar a uma terceira sala de espetáculos com capacidade para 1770 lugares distribuídos por duas frisas à boca de cena, 32 camarotes de primeira ordem, 26 de segunda, 650 cadeiras de plateia, 700 na galeria e 120 nas varandas, de acordo com a descrição publicada no Jornal de Notícias de 12 de Março de 1874, data de inauguração do espaço. O novo teatro, a que se chamou Teatro Circo Príncipe Real, tinha duas portas de entrada: a principal era pela Rua de Santo António (atual 31 de Janeiro), por um túnel arqueado que desembocava numa escadaria de acesso a um pequeno átrio, e a secundária que se fazia pela Rua Nova de Sá da Bandeira.